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1.
Cad. Ter. Ocup. UFSCar (Impr.) ; 23(3): [451-462], 20150920.
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-859456

ABSTRACT

O objetivo deste trabalho foi compreender, tomando-se a vivência com quatro jovens que, em algum momento da pesquisa que os integra, se autodenominaram travestis, residentes na cidade de São Carlos-SP, as principais técnicas e estratégias utilizadas por elas para o manejo e a manipulação de suas características corporais, subjetivas e identitárias, a fim de se inserirem e circularem em determinados espaços de sociabilidade. Dado seu objeto, resta clara a importância das inspirações e contribuições etnográficas, enquanto uma metodologia que pôde fornecer os caminhos para a busca de respostas aos questionamentos desta pesquisa. Pondera-se a multiplicidade de formas de considerar e construir signos do que é tido como feminino em corpos assignados como masculinos. Discutem-se as estratégias utilizadas pelas jovens travestis para se inserirem em diferentes configurações familiares, na escola e na prostituição. No contexto dessas histórias de proteções e exposições, problematiza-se a pertinência das possíveis contribuições da terapia ocupacional nesse âmbito, mais especificamente para a terapia ocupacional social. Essas jovens, em diferentes níveis de conscientização, identificam os espaços pelos quais podem circular mais livremente e os espaços onde devem ser mais cautelosas, conformando suas características corporais, subjetivas e identitárias. Serem aceitas ­ ou não ­ nos diferentes espaços não repercute "apenas" na inserção ou na restrição da participação e do exercício de direitos e da própria cidadania, mas, sobretudo, reverbera em suas próprias subjetividades, pois acabam por explicitar possibilidades e impossibilidades de "ir e vir" nos espaços privados e/ou públicos, e, especialmente, a possibilidade ou a impossibilidade de existir nesses locais.

2.
Saúde Soc ; 23(3): 979-992, Jul-Sep/2014.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-725818

ABSTRACT

O lugar que as entrevistas vieram a ocupar dentro da pesquisa social é muito mais relevante e equacionado de forma substancialmente diferente do passado. Ao sucesso das técnicas de entrevista ditas “semidirectivas” ou “semiestruturadas” próprias aos paradigmas estrutural-funcionalistas, tem-se seguido o uso de formas mais criativas de entrevistar. Entre estas, dá-se destaque neste artigo à entrevista compreensiva, uma técnica qualitativa de recolha de dados que articula formas tradicionais de entrevista semidiretiva com técnicas de entrevista de natureza mais etnográfica. Isto na medida em que a entrevista compreensiva é o culminar técnico e epistemológico do processo de criativização a que o uso das técnicas de entrevista tem sido recentemente sujeito na pesquisa social. Já não é necessariamente concebida como uma técnica neutra, estandardizada e impessoal de recolha de informação, mas como resultado de uma composição (social e discursiva) a duas vozes, em diálogo recíproco a partir das posições que ambos os interlocutores ocupam na situação específica de entrevista (de interrogador e de respondente). A aplicação da entrevista de tipo compreensivo pressupõe a obtenção de um discurso mais narrativo que informativo, resultado da intersubjectividade que se desenrola entre entrevistado e entrevistador. Tal exercício pressupõe da parte do entrevistador uma postura criativa e de improvisação na condução da entrevista, que requer artes e manhas específicas. Refletir sobre as condições de interação da entrevista enquanto situação excecional de comunicação, e os respetivos efeitos na produção de conhecimento e na epistemologia da pesquisa social, é o objetivo central deste artigo...


The place that interviewing techniques came to occupy within social research is more relevant and differs substantially from the past. The success of more directive interviewing techniques among structural-functionalists paradigms has been followed by the use of more creative forms of interviewing. Among these, this article wants to highlight the comprehensive interview, a qualitative data collection technique that articulates traditional forms of semi-directive interview with interview techniques of a more ethnographic nature. The reason for this option is that comprehensive interviewing is the epistemological and technical culmination of the creativization process to which the use of the interviews has recently been subjected within social research. Interviewing is no longer meant as a neutral, standardized and impersonal technique of gathering information, but as the result of a composition (social and discursive) between two voices, in reciprocal dialogue from the positions that both parties occupy in the specific situation of the interview (of questioner and respondent). The application of the comprehensive interview presumes obtaining a kind of discourse that is more narrative than informative, resulting from the intersubjectivity developed between interviewee and interviewer. Such an exercise requires a creative posture on the part of the interviewer and improvisation in the conduct of the interview, requiring specific arts and tricks. To reflect on the interaction conditions of interviewing process as an exceptional communicative situation, and the respective effects on the production of knowledge and epistemology of social research, are the main objectives of this article...


Subject(s)
Humans , Male , Female , Communication , Knowledge , Creativity , Interviews as Topic , Interviews as Topic/methods , Interpersonal Relations , Social Validity, Research , Speech , Research
3.
Saúde Soc ; 19(2): 231-248, jun. 2010.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-552165

ABSTRACT

Configurando uma experiência física que desafia tabus físicos e sociais, a marcação do corpo através da tatuagem e body piercing tem sido bastante explorada no espaço público mediatizado em função das questões da dor voluntária e dos riscos de saúde individual e pública implicados. Ao pânico moral que já envolvia estas práticas, associadas a comportamentos tidos como socialmente desviantes, psico-patológicos ou criminosos, junta-se-lhes outra espécie de pânico social, o ®pânico higienista¼, associado ao receio de contrair doenças infecto-contagiosas, ou de reagir aos materiais ou tintas encarnados. No sentido de ir além destes discursos, este artigo pretende analisar: por um lado, como os consumidores actuais de tatuagem e body piercing lidam com a dor que lhe está associada, que emoções enquadram essa sensação e que estratégias convocam no seu controlo; por outro lado, como é que os produtores de tatuagem e body piercing, perante novas e mais alargadas clientelas, lidam com exigência de disciplinas sanitárias na sua prática profissional. Em termos metodológicos, a informação empírica apresentada no artigo foi obtida em situação de entrevista em profundidade, de natureza biográfica, semi-estruturada na sua preparação e semi-diretiva na sua aplicação, a portadores de corpos multitatuados e multiperfurados, profissionais ou apenas consumidores de tatuagem e body piercing. Quinze entrevistados com diferentes perfis sociais foram recrutados em estúdios de tatuagem e body piercing de Lisboa e arredores, depois de intenso trabalho etnográfico nesses mesmos espaços.


Subject(s)
Humans , Ceremonial Behavior , Pain , Body Piercing , Tattooing
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